Comparativo de tratamentos conservadores e cirúrgicos para ligamento cruzado anterior

Postado em: 03/11/2025

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A lesão do ligamento cruzado anterior (LCA) é uma das mais comuns do joelho e pode acontecer tanto em atletas profissionais quanto em quem joga futebol no fim de semana ou pratica corrida e vôlei.

Esse ligamento é responsável por manter a estabilidade articular e, quando se rompe, provoca dor imediata, inchaço rápido e sensação de perda de firmeza no joelho.

Diante desse quadro, surge a dúvida: “É melhor optar pelo tratamento conservador ou pela cirurgia do LCA?”. A resposta depende de fatores como idade, grau de instabilidade, prática esportiva e metas de recuperação.

Neste artigo, vou apresentar as diferenças entre essas duas abordagens e mostrar como a reabilitação é essencial para o retorno seguro às atividades.

O que é o ligamento cruzado anterior (LCA)?

O ligamento cruzado anterior (LCA) é um dos principais responsáveis pela estabilidade do joelho.

Localizado no centro da articulação, ele conecta o fêmur à tíbia em posição oblíqua, impedindo que a tíbia deslize para frente e garantindo segurança nos movimentos de rotação.

Quando ocorre uma lesão do LCA, o joelho perde firmeza, o que pode dificultar desde tarefas simples, como caminhar ou subir escadas, até movimentos esportivos mais complexos, como giros rápidos, desacelerações e aterrissagens após saltos.

Quando ocorre a lesão do LCA?

A lesão do LCA geralmente acontece em movimentos bruscos, como:

  • Mudanças rápidas de direção;
  • Desaceleração repentina;
  • Aterrissagem incorreta após um salto;
  • Contato direto em esportes de contato, como o futebol.

Sintomas

Os sinais mais frequentes são: estalido audível, dor intensa, inchaço rápido e instabilidade no joelho.

Fatores de risco

Mulheres atletas apresentam maior incidência de lesões do ligamento cruzado anterior, devido a fatores anatômicos, hormonais e neuromusculares.

Esportes que exigem giros e contato também aumentam o risco, como futebol, basquete e esqui, assim como desequilíbrios musculares e histórico de instabilidade no joelho.

O diagnóstico é feito principalmente por meio de exame físico detalhado. A ressonância magnética pode ser solicitada para avaliar a gravidade da lesão e identificar possíveis danos associados, como no menisco e na cartilagem.

Tratamento conservador do LCA

O tratamento conservador pode ser indicado em casos de ruptura parcial, em pacientes com baixa demanda física ou quando não há instabilidade significativa.

As principais medidas incluem:

  • Controle inicial da dor e do inchaço;
  • Uso de órteses e muletas, quando necessário;
  • Fisioterapia estruturada, com fortalecimento da coxa, quadril e glúteos;
  • Exercícios de equilíbrio e propriocepção;
  • Ajustes nas atividades cotidianas para evitar sobrecarga.

Entre as vantagens estão evitar a cirurgia, ter uma recuperação inicial mais rápida e menor custo. A limitação é a instabilidade em atividades de maior exigência, o que pode levar a novos episódios de falseio e até lesões meniscais.

Quer entender se o tratamento conservador do LCA é a melhor opção para o seu caso? Agende sua consulta comigo e receba uma avaliação detalhada.

Tratamento cirúrgico do LCA

Para pacientes jovens, atletas ou pessoas com instabilidade frequente, a cirurgia do LCA costuma ser a opção mais recomendada. O procedimento mais empregado é a reconstrução ligamentar, em que o ligamento rompido é substituído por um enxerto.

Os enxertos mais utilizados são:

  • Tendão patelar (BTB);
  • Isquiotibiais;
  • Tendão do quadríceps;
  • Aloenxerto (tecido de banco).

A escolha depende do tipo de esporte, biotipo e perfil do paciente. A cirurgia é feita por artroscopia do joelho, considerada minimamente invasiva, com pequenas incisões, menor dor no pós-operatório e recuperação mais previsível.

Antes do procedimento, é preciso reduzir o inchaço e recuperar a mobilidade para diminuir o risco de complicações, como a artrofibrose.

A reabilitação é determinante para o sucesso do tratamento: inicialmente, o foco é recuperar a amplitude de movimento e ativar os músculos; depois, o fortalecimento progressivo, o controle neuromotor e os exercícios funcionais.

O retorno ao esporte costuma ocorrer a partir de seis meses, mas pode variar conforme a evolução individual.

Comparativo entre os dois tratamentos

  • Tratamento conservador do LCA: indicado para pacientes com menor demanda física e sem instabilidade frequente. É menos invasivo, mas pode não oferecer estabilidade em esportes de contato;
  • Cirurgia do LCA: recomendada para atletas e pessoas que desejam retomar atividades de alto impacto. Proporciona maior estabilidade, mas exige um período de reabilitação mais longo.

Não existe um tratamento único que seja o melhor para todos os casos de lesão do LCA. A escolha deve considerar fatores como idade, rotina diária, tipo de prática esportiva, grau de instabilidade e os objetivos individuais de cada paciente.

Reabilitação e retorno às atividades

A fisioterapia é indispensável tanto no tratamento conservador quanto após a cirurgia.

Nos protocolos atuais, utilizamos metas progressivas, testes funcionais para liberação ao esporte e programas de prevenção para reduzir o risco de novas lesões.

A reabilitação inclui fortalecimento muscular, treino de equilíbrio e propriocepção e, no caso de atletas, exercícios específicos para o esporte.

Além disso, hábitos de vida saudáveis — como sono adequado, boa alimentação e disciplina nos treinos — são fundamentais para a recuperação completa.

Perguntas frequentes

1. Toda lesão do LCA precisa de cirurgia?

Não. Em pessoas menos ativas e sem instabilidade importante, o tratamento conservador pode ser suficiente.

2. Quanto tempo leva para voltar ao esporte após a cirurgia do LCA?

Em média, cerca de seis meses, variando conforme a evolução clínica e a dedicação à fisioterapia.

3. Posso jogar futebol sem operar o LCA?

Depende do grau de instabilidade do joelho. Em esportes de contato, a cirurgia costuma oferecer maior segurança.

4. Qual é o melhor enxerto para a cirurgia do LCA?

Não há um único ideal. Tendão patelar, isquiotibiais, quadríceps e aloenxerto têm características diferentes, e a escolha é personalizada.

5. É possível iniciar com o tratamento conservador e depois fazer a cirurgia?

Sim. Caso a instabilidade persista ou surjam novas lesões, a cirurgia do LCA pode ser indicada posteriormente.

Avaliação especializada com ortopedista de joelho

A lesão do LCA exige análise individualizada. O mais importante é não ignorar os sintomas e buscar orientação com um especialista em joelho. Seja com tratamento conservador ou com a cirurgia do LCA, é possível recuperar estabilidade, confiança e qualidade de vida.

Se você suspeita de uma lesão do LCA ou já recebeu esse diagnóstico, agende sua consulta comigo. Juntos, vamos definir o melhor plano para que você retome suas atividades com segurança.


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