Calçado ideal para o ortopedista: características, indicações e benefícios
Postado em: 13/05/2025
A escolha do calçado ideal para o ortopedista não é baseada em modismos ou estética. Para quem sofre com condições como neuroma de Morton, fascite plantar ou metatarsalgia, o tipo de sapato usado no dia a dia pode fazer uma grande diferença no controle da dor e na evolução do tratamento.
Ortopedistas especializados avaliam o calçado como parte da estratégia terapêutica, levando em conta fatores como rigidez do solado, amortecimento, espaço frontal para os dedos e estabilidade no calcanhar.
Neste artigo, você vai entender em detalhes o que um ortopedista considera importante na hora de recomendar um calçado e como isso pode beneficiar quem sente dor nos pés.
Características de um calçado indicado por ortopedista

Quando falamos em calçado para neuroma de Morton, fascite plantar ou outras dores plantares, há uma combinação de elementos que o ortopedista considera fundamentais:
- Solado firme e rígido: reduz a deformação do pé durante a pisada e ajuda no controle do movimento excessivo.
- Amortecimento macio: mesmo com rigidez estrutural, o conforto ao caminhar é essencial.
- Espaço frontal amplo: evita compressão dos dedos e alivia a pressão sobre áreas sensíveis.
- Apoio posterior no calcanhar: melhora a estabilidade e evita movimentos indesejados durante a marcha.
Essa combinação ajuda a reduzir o estresse sobre estruturas comprometidas, o que é importante tanto para aliviar sintomas quanto para evitar o agravamento das lesões.
Por que o solado rígido é importante?
O tênis com solado rígido não é sinônimo de desconforto. Pelo contrário: essa rigidez longitudinal tem uma função clara, principalmente em condições como metatarsalgia e fascite plantar.
Ao limitar a flexão excessiva do pé, o solado rígido ajuda a distribuir a pressão de forma mais uniforme e impede sobrecargas localizadas. Esse controle do movimento reduz o impacto sobre estruturas inflamadas ou comprimidas, ajudando a aliviar a dor.
A importância do amortecimento na pisada
Apesar da rigidez, o calçado ortopédico confortável deve conter materiais que absorvam bem o impacto da pisada. Isso porque, ao caminhar, há uma força vertical transmitida pelo chão que precisa ser amortecida para não agravar o quadro doloroso.
Solas de borracha, espuma de densidade controlada e palmilhas anatômicas podem contribuir com esse objetivo, tornando o caminhar mais suave mesmo para quem tem o pé sensível.
Por que o espaço para os dedos é tão necessário?
O espaço frontal no calçado é um dos fatores mais negligenciados por quem escolhe sapato apenas pelo visual. Porém, ele é essencial em casos como:
- Neuroma de Morton, onde a compressão entre os ossos metatarsais agrava os sintomas;
- Deformidades dos dedos, como o dedo em martelo;
- Hálux valgo, conhecido como joanete.
Um calçado que permita que os dedos se acomodem naturalmente, sem atrito ou sobreposição, melhora o conforto e reduz o risco de inflamação local.
Função do apoio no calcanhar
A presença de uma tira ou estrutura no calcanhar evita que o sapato fique “solto” no pé. Isso é importante porque o excesso de movimento dentro do calçado pode gerar atrito, instabilidade e até alterar a marcha.
Esse detalhe simples faz com que o sapato funcione como uma extensão do corpo, oferecendo mais controle e segurança durante o caminhar.
Por isso, o sapato com apoio no calcanhar é bastante valorizado por ortopedistas ao indicar modelos para pacientes com dor crônica no pé.
Esses calçados são fáceis de encontrar?
Nem sempre. Muitos dos calçados que atendem essas características eram, até pouco tempo atrás, restritos a lojas ortopédicas ou desenvolvidos sob medida.
Hoje, com o avanço da tecnologia, alguns modelos de super tênis, desenvolvidos originalmente para alta performance, acabaram incorporando características desejadas do ponto de vista ortopédico, como rigidez combinada com amortecimento e espaço para os dedos.
Ainda assim, é importante lembrar que a presença de amortecimento e solado largo em um modelo não garante que ele seja ideal para todo tipo de pé ou patologia. A indicação precisa ser individualizada.
Tênis ortopédico é bom para correr?
Um calçado que funciona para caminhar e aliviar dor pode não ser o melhor para correr. O tênis indicado por ortopedista deve priorizar a função terapêutica — e nem sempre isso combina com performance.
Além disso, os super tênis voltados para corrida muitas vezes oferecem ganhos de performance marginais, irrelevantes para a maioria dos corredores amadores.
A escolha deve ser feita com base no seu objetivo principal: tratar uma condição dolorosa ou melhorar seu tempo nos treinos?
Quando o ortopedista recomenda o uso desses calçados?
O uso de tênis com solado rígido, amortecimento e antepé amplo pode ser indicado por ortopedistas nos seguintes casos:
- Fascite plantar (inflamação da fáscia na sola do pé);
- Neuroma de Morton (compressão nervosa entre os dedos);
- Metatarsalgia (dor na parte da frente do pé);
- Hálux valgo (joanete);
- Deformidades digitais (dedos em garra ou em martelo).
A recomendação desses calçados, em geral, está associada à redução de impacto, alívio de pontos de pressão e melhor distribuição de carga durante a marcha.
Outros cuidados além do calçado
Mesmo com o calçado ideal para o ortopedista, é importante lembrar que o tratamento completo de uma patologia do pé pode envolver:
- Fisioterapia;
- Palmilhas personalizadas;
- Correção da marcha ou postura;
- Mudanças nos hábitos de atividade física.
Ou seja: o calçado certo ajuda muito, mas não substitui a avaliação e o acompanhamento com um especialista.
Escolha o melhor calçado
A escolha do calçado ideal para o ortopedista envolve mais do que conforto. Para quem tem dor ao caminhar, o tipo de calçado pode influenciar diretamente na recuperação.
Solado rígido, amortecimento adequado, espaço frontal para os dedos e estabilidade no calcanhar são características-chave na escolha.
Se você sente desconforto constante nos pés ou já foi diagnosticado com alguma patologia como fascite plantar ou neuroma de Morton, agende uma consulta com um ortopedista especialista.
Um bom calçado pode fazer parte da solução, mas o caminho certo começa com a avaliação clínica correta.
Ortopedista de Joelho
CRM: 161.636
RQE: 85460