A lesão do Ligamento Cruzado Anterior (LCA) não é comum em pessoas que ainda não alcançaram a maturidade esquelética e o fim da puberdade. Ainda assim, trata-se de uma lesão que pode acometer pacientes de qualquer idade.
A princípio, os critérios de indicação de reconstrução do Ligamento Cruzado Anterior (LCA) em crianças são iguais aos critérios adotados para os adultos. Porém um cuidado especial precisa ser tomado nas populações pediátricas.
Os ossos em desenvolvimento, presentes em crianças e adolescentes, possuem uma estrutura em sua extremidade chamada fise de crescimento.
É nessa estrutura de crescimento que ocorre o crescimento dos ossos longos. Se tivermos uma lesão nessas estruturas, seja por traumas cotidianos ou agressões cirúrgicas, podemos prejudicar o crescimento desses pacientes.
As lesões fisárias podem cursar com encurtamento do membro (uma perna menor que a outra) e deformidades angulares (ficar com a perna torta). Por isso devemos ser muito cuidadosos e criteriosos ao indicar tratamentos cirúrgicos nas articulações e próximos a elas em quem ainda não completou o seu desenvolvimento esquelético.
A reconstrução do Ligamento Cruzado Anterior (LCA) é um dos procedimentos que possui um risco considerável de interferir na cartilagem de crescimento. Quando o tratamento cirúrgico dessa lesão é indispensável, podemos optar por técnicas cirúrgicas que têm maior chance de preservar a fise de crescimento. Ainda assim, esse risco não é zerado.
Diante desse cenário, sempre que possível tentamos prorrogar o tratamento cirúrgico da lesão do Ligamento Cruzado Anterior (LCA) o máximo possível. Até que o paciente esteja próximo a maturidade esquelética, geralmente após o fim do estirão do crescimento, quando as fises de crescimento já estão fechando.
Para ter êxito nesse “atraso” de tratamento cirúrgico precisamos considerar algumas peculiaridades dessa população. A infância e a adolescência são fases da vida de grande aprendizado e desenvolvimento de capacidades físicas, neuropsicomotoras e sociais. Todas elas muito dependentes de interações físicas, jogos, brincadeiras e boa função do sistema musculoesquelético.
É preciso que o paciente não tenha lesões associadas de tratamento cirúrgico (como lesões de menisco e cartilagem) e não tenha limitações importantes em suas atividades diárias e de desenvolvimento social e neuropsicomotor, e colabore evitando atividades de risco para novos entorses. O que pode ser difícil conseguir com esses pacientes.
Se, após a tentativa inicial de evitar a cirurgia precocemente, concluirmos que para o paciente em questão a cirurgia para reconstrução do Ligamento Cruzado Anterior (LCA) será necessária precocemente, optamos por técnicas cirúrgicas que tendem a preservar a fise de crescimento e apresentam menor risco de comprometimento ao desenvolvimento esquelético.
É importante ter em mente que essa população tem alto risco de necessitar de novos procedimentos cirúrgicos para revisão da cirurgia inicial quando estão mais velhos.
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Sou ortopedista especialista em cirurgia de Joelho pela USP.
Há 10 anos ajudo meus pacientes a recuperar a função de seus joelhos e retomar a qualidade de vida.
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