“Eu vou conseguir voltar? ”
É a segunda pergunta mais comum dos pacientes com lesão do Ligamento Cruzado Anterior (LCA). Só perde para “Quando eu posso voltar? ”.
Nesse post vou tentar esclarecer um pouco essa dúvida tão comum dos pacientes.
Entre profissionais o índice de retorno ao esporte ao mesmo nível de antes da lesão após a reconstrução do Ligamento Cruzado Anterior (LCA) é bem heterogêneo na literatura, varia de 33% a 98%.
Um fator que dificulta essa avaliação é o que consideram nível pré-lesão. Alguns artigos colocam ligas e campeonatos de níveis muito discrepantes como mesmo nível. Por exemplo, NBA, D-League, Minor Leagues e profissionalismo em qualquer outro país como o mesmo nível (todos são profissionais), o que claramente deixa um grupo muito heterogêneo. O atleta anteriormente era cotado para ser “NBA 1st-team”, “All-Star” e agora joga em alguma liga profissional pouco competitiva de um país pequeno e pouco expressivo, não há dúvida que caiu o nível consideravelmente, mas alguns trabalhos colocam tudo no mesmo balaio e consideram tudo bem.
Na avaliação de parâmetros objetivos como desempenho de tiros de curta e média distância, saltos verticais e horizontais parece que a recuperação é completa, mas fica a dúvida em critérios menos objetivos como mudança repentina de direção, agilidade, movimentos rotacionais… a impressão de muita gente é que isso nunca volta ao normal (nível anterior a lesão). Talvez por isso a carreira de jogadores de futebol de defesa seja menos impactada que dos jogadores de ataque.
Entre atletas do ensino médio americano (“High-School”) a auto avaliação após a reconstrução do Ligamento Cruzado Anterior (LCA) é: 40% acha que retorna no mesmo nível que antes, 30% volta em nível inferior e 30% não volta a praticar esporte competitivamente.
Além disso, a probabilidade de uma atleta do “High-School” que rompeu o Ligamento Cruzado Anterior (LCA) conseguir jogar em alto nível no College (faculdade) diminui consideravelmente, mas é difícil definir o quanto disso é porque os olheiros contraindicam esses atletas.
Outro ponto importante a ter em mente é que uma vez voltando a praticar esporte competitivamente a chance de re-romper o Ligamento Cruzado Anterior (LCA) parece aumentar. Chegando até cerca de 20% de re-rotura em alguns esportes, como no Wrestling (luta olímpica). A experiência clínica com pacientes que não são atletas profissionais sugere que mais de 90% dos pacientes submetidos a reconstrução do Ligamento Cruzado Anterior (LCA) será capaz de retornar a atividades físicas esportivas recreativas e que quanto maior o nível de desempenho desejado mais difícil fica alcançar o objetivo.
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