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Como são a fisioterapia e a reabilitação após a cirurgia do Ligamento Cruzado Anterior (LCA)?

Tenha um panorama geral de como deve ser seu pós-operatório de reconstrução do Ligamento Cruzado Anterior (LCA)

Como são a fisioterapia e a reabilitação após a cirurgia do Ligamento Cruzado Anterior (LCA)?

Como são a fisioterapia e a reabilitação após a cirurgia do Ligamento Cruzado Anterior (LCA)? 150 150 Iberê Datti

A fisioterapia e todo o processo de reabilitação pós-operatório são tão importantes quanto a cirurgia para o sucesso do tratamento dos pacientes com lesão do Ligamento Cruzado Anterior (LCA)

Por isso, conhecer todas as etapas pelas quais você deve passar no período pós-operatório é fundamental. 

Aqui será exposta uma evolução padrão esperada para reconstruções isoladas do Ligamento Cruzado Anterior (LCA). É preciso ponderar que a reabilitação de cada paciente segue sua individualidade e condição de se dedica a esse processo. 

Além disso, se houver qualquer lesão associada a progressão das etapas pode ser um pouco mais lenta. 

As etapas que seguem a cirurgia de reconstrução do Ligamento Cruzado Anterior (LCA) são tão importantes quanto a própria cirurgia.
As etapas que seguem a cirurgia de reconstrução do Ligamento Cruzado Anterior (LCA) são tão importantes quanto a própria cirurgia.

Idealmente a fisioterapia começa ainda antes da cirurgia, logo que se tem o diagnóstico da lesão. Quanto mais cedo você souber o seu diagnóstico e definir a opção terapêutica para o seu caso, melhor. Em meu consultório oriento todos os pacientes a iniciar a fisioterapia ainda no período pré-operatório e algumas mudanças que podem ser necessárias na rotina pessoal. 

Os pacientes submetidos a reconstrução do Ligamento Cruzado Anterior (LCA) habitualmente são candidatos a receber alta no mesmo dia da cirurgia. Opera pela manhã e vai de alta hospitalar a tarde. Mas isso não impede que ainda no dia da cirurgia, enquanto internado, o paciente passe por uma primeira consulta com um fisioterapeuta. 

No pós-operatório imediato o paciente já deve receber orientações quanto a cuidados com a ferida operatória, uso das muletas, exercícios básicos para ativação muscular e movimentação do joelho, dessensibilização da ferida operatória e mobilização patelar. 

Nas primeiras duas semanas o foco principal é melhorar o derrame articular, recuperar ativação muscular (exercícios isométricos e dinâmicos com pouca carga e amplitude de movimento limitada) e reestabelecer a amplitude de movimento do joelho. 

Com 2 a 3 semanas o objetivo é ter extensão completa do joelho e flexão de joelho maior que 90º. Nesse período, se for possível, já pode ser iniciada a bicicleta ergométrica, a princípio com o banco alto e sem carga. Conforme vai evoluindo pode-se descer o banco (para ajudar no ganho de flexão) e aumentar a carga. Os exercícios de fortalecimento do quadríceps e dos flexores de joelho também devem ser progredidos conforme tolerado 

Com 3 a 4 semanas é possível fazer a progressão para a retirada das muletas, começar exercícios para trabalho do “core” e recuperação da capacidade cardiovascular, fazer alguns exercícios com cadeia cinética fechada (variações de agachamentos) e iniciar trabalho de propriocepção. 

Em 4 a 6 semanas a flexão de joelho deve ser completa a ativação do quadríceps deve estar reestabelecida, os trabalhos de melhora de força, propriocepção e capacidade cardiovascular devem ser mantidos. É nesse período que a maioria das pessoas consegue voltar a dirigir 

Entre 6 e 12 semanas pouca coisa muda. A complexidade e dificuldade dos exercícios vão aumentando, é possível iniciar algumas atividades dentro da água, mas ainda existe restrição para alguns exercícios na academia de da natação. 

Com 12 semanas o paciente pode iniciar os exercícios com cadeia cinética aberta (cadeira extensora), nadar (exceto o estilo peito) e iniciar caminhadas, preferencialmente na esteira por ser um ambiente mais controlado. Com 12 semanas o paciente deve estar se sentindo muito bem, andando sem dificuldade, sem dor, com recuperação de boa parte da força, mas ainda não é momento de abusar. 

Na 16ª semana a intensidade dos treinos deve aumentar, já deve ser possível correr na esteira (se tiver atingido todos os critérios de liberação para corrida: Quando posso correr após reconstruir o Ligamento Cruzado Anterior (LCA)? ). Como a corrida, natação, musculação e muitas outras atividades estão liberadas fica mais fácil trabalhar exercícios aeróbicos, hipertrofia e força. 

Se tudo foi conforme o esperado até a 20ª semana, chegou a hora de iniciar exercícios de agilidade, pliometria, potência e começar exercícios específicos para o esporte que você deseja praticar. Você também deve estar liberado para correr na rua. 

Com 24 semanas, você pode nadar estilo peito e começar exercícios com parada brusca, deslocamento lateral e movimentos rotacionais em ambiente controlado. 

Entre 6 e 12 meses de pós-operatório de reconstrução do Ligamento Cruzado Anterior (LCA), o importante é manter a consistência. Você já deve estar liberado para fazer quase tudo, menos exercícios de risco em ambiente não controlado. A complexidade, dificuldade e interferências externas devem ir aumentando gradativamente nos exercícios que você está fazendo, até que fique muito próximo do que você vai encontrar quando voltar a praticar esportes em ambientes não controlados. 

A meta é que com 12 meses após a reconstrução do Ligamento Cruzado Anterior (LCA), você tenha atingido com louvor todos os critérios para retorno ao esporte (5 Critérios para retorno aos esportes depois de uma lesão do Ligamento Cruzado Anterior (LCA) ) e volte a ter uma vida normal.

Semana    
0-2 mobilização e dessensibilização da ferida operatória mobilização patelar exercícios simples para ativação de quadríceps e demais músculos da perna e quadril alongamento extensão completa do joelho flexão > 90º  
3-6 bicicleta ergométrica agachamento isométrico isometria na cadeira extensora cadeira flexora fortalecimento do core fortalecimento de core treino de propriocepção fortalecimento de quadríceps apenas com cadeia cinética fechada flexão completa do joelho retirar muletas  
7-11 progredir cargas e complexidade dos exercícios anteriores (propriocepção, fortalecimento, “core”, cardiovascular) natação (exceto estilo peito) padrão de marcha normal mobilidade patelar normal  
12-15 caminhar na esteira subir e descer escada exercícios para quadríceps com cadeia cinética aberta (cadeira extensora)  
 
 
16-19 correr na esteira musculação sem restrições focar em hipertrofia e ganho de força  
20-23 correr na rua exercícios pliométricos e de agilidade exercícios funcionais  
24-29 iniciar exercícios específicos para o esporte desejado natação (estilo peito) exercícios com parada brusca, deslocamento lateral e movimentos rotacionais  
30-39 reproduzir dinâmica do esporte desejado e situações de risco em ambiente controlado  
40-52 retorno aos esportes sem restrições  

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