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RED-S

Fraturas por Estresse

Fraturas por Estresse 150 150 Iberê Datti

Uma das lesões mais comuns nos esportes é a fratura por estresse. Tratar essa lesão pode ser difícil, mas é possível. 

O que é uma fratura por estresse? 

Trata-se de um tipo específico de lesão por uso excessivo. Ela ocorre quando o osso é submetido a sobrecargas para as quais não está preparado. 

O que causa uma fratura por estresse?  

Frequentemente são o resultado do aumento da carga de treino (volume ou intensidade) de uma atividade muito rapidamente. Elas também podem ser causadas pelo aumento do impacto de uma superfície desconhecida (um jogador de tênis que mudou de uma quadra de saibro macia para uma quadra rápida dura ou um corredor habituado a correr em pista de atletismo emborrachada que começa a correr na rua). 

Onde as elas ocorrem? 

As fraturas por estresse podem acometer praticamente qualquer osso do corpo. A maioria ocorre nos ossos do pé e na perna 

Quais atividades tornam os atletas mais suscetíveis a fraturas por estresse? 

Praticantes de corrida e atletismo, ginástica e ballet são mais suscetíveis a fraturas por estresse. Em todos esses esportes, o estresse repetitivo do pé batendo no chão pode causar traumas. Sem descanso suficiente entre treinos ou competições, as chances dessa lesão aumentam.

As mulheres são mais suscetíveis do que os homens? 

Fraturas por estresse afetam pessoas de todas as idades que participam de atividades esportivas com gestos esportivos repetitivos, como corrida. Porém atletas do sexo feminino parecem estar sob maior risco do que atletas do sexo masculino. Esse risco aumentado pode estar associado a Tríade da Mulher Atleta: distúrbios alimentares (bulimia ou anorexia), amenorreia (ciclo menstrual irregular) e osteoporose. À medida que a massa óssea diminui em mulheres, suas chances de ter uma fratura por estresse aumentam. 

Quais são os sintomas de uma fratura por estresse? 

Dor durante a atividade que melhora com repouso é a queixa mais comum.

Como as fraturas por estresse são diagnosticadas? 

É muito importante que, durante o exame médico, o médico avalie os fatores de risco do paciente para fraturas por estresse. 

Exames de imagem quase sempre serão necessários para diagnósticas uma fratura por estresse.

As radiografias são o exame de imagem mais utilizados para esse fim, mas as vezes pode não ser suficiente para o diagnóstico. Por isso, ocasionalmente, exames de imagem complementares como cintilografia óssea, tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM) serão necessárias. 

Como é o tratamento dessas fraturas? 

Algumas podem precisar do tratamento cirúrgico, mas a maioria tende a evoluir bem com o tratamento conservador, sem cirurgia. 

O mais importante no tratamento conservador é o repouso ou diminuir substancialmente a demanda sobre o osso fraturado. O tempo de tratamento pode durar até 8 semanas.  

Mas nem sempre é necessário ficar totalmente sedentário nesse período. Corredores, por exemplo, podem praticar “deep-running” para preservar sua capacidade cardiovascular. Além disso, uma fratura por stress no osso do pé não deve impedir que uma pessoa realize treinos de membro superior ou core na academia. 

É parte primordial do tratamento identificar e tratar fatores biomecânicos e de plano de treinamento que favoreçam as fraturas por stress. 

Prevenção  

Aqui estão algumas dicas para prevenir fraturas por estresse: 

  • Tenha cuidado com a progressão da carga de treino, principalmente ao começar atividades novas. 
  • Se possível, varie o tipo de atividade praticada. Por exemplo, se seu objetivo é apenas melhorar a capacidade cardiovascular, você pode alternar entre dias dedicados a corrida e dias dedicados a natação ou ciclismo. 
  • Tenha uma rotina de treinos resistidos visando ganho de força e massa muscular. 
  • Mantenha uma dieta saudável e com aporte suficiente de macronutrientes para o seu nível de atividade física. Certifique-se também de ingerir alimentos ricos em cálcio e vitamina D. 
  • Valorize os períodos de descanso 
  • Cuidado com os sinais de Tríade da Mulher Atleta, Overtraining ou RED-S (Relative Energy Deficiency Syndrome) 

Se você sofre com dores ou alguma lesão eu posso te ajudar. Agende uma consulta

Tríade da Mulher Atleta

Tríade da Mulher Atleta 

Tríade da Mulher Atleta  660 300 Iberê Datti

OBS: A tríade da mulher atleta é um conceito ultrapassado. Atualmente esse conjunto de condições faz parte de um conceito mais amplo, a Relative Energy Deficiency in Sport (RED-S) Syndrome, que acomete tanto homens quanto mulheres e teve os sinais e sintomas ampliados. Esse post está aqui, pois trata-se de um conceito amplamente difundido e ainda empregado por muitos profissionais. Fique ligado, que em breve vai ter um post só sobre o RED-S. 

A Tríade da Mulher Atleta

Atividade física é saudável para mulheres de todas as idades. Mas é preciso ter cuidado com a Tríade da Mulher Atleta. 

Ocasionalmente, uma mulher buscando ficar mais magra pode comer muito pouco ou se exercitar em excesso. Isso pode ser prejudicial no longo prazo. Pode prejudicar o desempenho esportivo, alterar o humor ou predispor a outras doenças. 

Muitas vezes é preciso orientar a paciente que interrompa a dieta e a rotina de atividades físicas para resolver o problema. 

A tríade da mulher atleta é uma condição é uma associação de três condições que podem ser encontradas em mulheres que combinam dietas restritivas com excesso de exercício. 

As três condições são: 

  • Distúrbios alimentares com déficit calórico 
  • Disfunção menstrual: nutrição inadequada, baixa ingestão calórica, altas demandas de energia, estresse físico e emocional, ou baixa porcentagem de gordura corporal podem levar a mudanças hormonais que resultam em menstruações irregulares ou na interrupção completa dos períodos menstruais (amenorreia). 
  • Baixa densidade mineral óssea: a falta de menstruação interrompe os processos de formação óssea, tornando os ossos mais propensos a quebrar. Nos casos mais graves, essas mulheres podem desenvolver osteoporose. 
Tríade da Mulher Atleta
Mulheres que tentam atingir um baixo peso corporal, por motivos estéticos ou de necessidade esportiva, estão em risco de desenvolver um ou mais componentes da tríade da mulher atleta. 

Mulheres em Risco 

Mulheres praticantes de qualquer esporte podem desenvolver um ou mais componentes da tríade. Aquelas em maior risco são as que praticam esportes que demandam baixo peso (como ballet, patinação artística, lutas) ou desempenho físico (como corrida de longa distância, triatlhon ou remo). 

As tendências da moda e a publicidade frequentemente incentivam as mulheres a tentar alcançar níveis de peso pouco saudáveis. Algumas mulheres com baixa autoestima ou outras questões psicológicas podem focar na perda de peso porque acham que estão mais pesadas do que realmente estão. Outras são pressionadas a perder peso por técnicos esportivos ou po rum ambiente que valorize em demasia a magreza, como no caso das modelos e mulheres envolvidas no mundo da moda. 

As mulheres praticantes de atividade física devem considerar estas perguntas: 

  • Você está insatisfeita com seu corpo? 
  • Você se esforça para ser magra? 
  • Você se concentra continuamente em seu peso? 

Se a resposta a qualquer uma dessas perguntas for sim, você pode estar em risco de desenvolver distúrbios alimentares, o que pode levar a disfunção menstrual e osteoporose precoce. 

Distúrbios Alimentares 

Embora muitas vezes não percebam ou admitam que estão doentes, as pessoas com distúrbios alimentares têm alterações sérias e complexas no comportamento alimentar.  

Os distúrbios alimentares podem se manifestar de várias formas, os padrões mais conhecidos são a anorexia (restrição calórica excessiva associada a distúrbio da imagem corportal) e bulimia (compulsão alimentar seguida por culpa e vômitos induzidos). 

Mas a anorexia e a bulimia não são as únicas formas de distúrbio alimentar presente. Padrões de “binge”, seletividade excessivam uso de medicações, suplementos, dietas malucas e toda uma gama de relações não saudáveis com a comida e com o ato do comer fazem parte dos distúrbios alimentares e podem estar associadas a tríade da mulher atleta.  

Muitas vezes esses distúrbios alimentares estão associados a uma prática exagerada de atividade física sem planejamento das sessões de treinamento e sem controle adequado da carga de treino. 

As mulheres têm maior probabilidade do que os homens de ter distúrbios alimentares. A doença pode causar muitos problemas, incluindo desidratação, fadiga e fraqueza muscular, batimento cardíaco irregular, danos nos rins e outras condições graves. Não consumir cálcio suficiente e desequilíbrios hormonais, secundários a disfunção menstrual, podem causar perda. 

É muito prejudicial perder osso quando você é criança, adolescente ou adulto jovem porque é nessa fase que o corpo constrói a reserva de massa óssea para a velhice. Por isso uma dieta equilibrada é muito importante nas primieras décadas de nossa vida.  

Uma dieta equilibrada, contendo quantidades adequadas de cálcio e vitamina D é muito importante nas primeiras décadas de vida, quando estamos criando nossa reserva de massa óssea para a velhice. 

Disfunção Menstrual 

Ciclos irregulares ou ausentes por mais de 3 meses seguidos pode ser motivo de preocupação. 

Durante o ciclo menstrual normal o corpo produz estrogênio, um hormônio que ajuda a manter os ossos fortes. Sem um ciclo menstrual normal, o nível de estrogênio pode ser reduzido, causando prejuízo a massa óssea (osteoporose prematura). 

Se isso acontecer nas primeiras décadas de vida, pode se tornar um problema sério mais tarde na vida, quando o processo natural de perda da massa óssea começa naturalmente após a menopausa.  

Osteoporose Prematura (Baixa Densidade Óssea para a Idade) 

A massa mineral óssea diminui, tornando seus ossos frágeis e mais susceptíveis a fraturas. 

Avaliação Médica 

Reconhecer a tríade da atleta feminina é o primeiro passo para tratá-la. Consulte o médico imediatamente se o seu ciclo menstrual estiver irregular, sofrer uma fratura por estresse ou estiver em risco para distúrbios alimentares. 

Forneça ao médico seu histórico médico completo, incluindo: 

  • Sua carga de atividade física e hábitos alimentares 
  • Com que idade teve a primeira menstruação (menarca) e se seus ciclos menstruais são regulares
  • Antecedentes ginecológicos e obstétricos 
  • Se já teve fraturas por estresse ou outras lesões musculoesqueléticas 
  • Perda ou ganho de peso. 
  • Uso de medicamentos, fórmulas, suplementos 
  • Histórico de problemas de saúde e doenças
  • Histórico de doenças dos seus familiares (como doença da tireoide, osteoporose). 
  • Hábitos de vida, rotina de trabalho, uso de substâncias 

O exame físico completo também deve ser realizado e exanes laboratoriais para verificar a gravidez, doenças da tireoide e outras condições médicas podem ser necessários. Em alguns casos, a densitometria óssea para avaliação de densidade mineral óssea será recomendada. 

Abordagem multidisciplinar

Idealmente, pacientes com a tríade da mulher atleta necessitam de abordagem terapêutica multidisplinar, envolvendo médicos, nutricionista, psicólogo e educador físico. 

Tratamento da Tríade da Mulher Atleta

O tratamento inicial da tríade da mulher atleta consiste em melhorar a parte nutricional, aumentando o aporte calórico e a ingestão de cálcio, vitaminas e proteína. Diminuir a carga de treinos e aumentar os períodos de descanso. Alterações na rotina e estratégias psicológicas para enfrentamento de situações estressantes. 

Se você acha que está passando por essa situação ou conhece alguém que esteja, eu posso ajudar. Agende uma consulta.