A pergunta mais comum que os pacientes fazem depois que recebem a notícia que rompeu o Ligamento Cruzado Anterior (LCA) é “quando posso voltar a fazer meu esporte?”.
Não importa qual o esporte, futebol, basquete, jiu-jitsu, “beach-tennis”… todo mundo que rompe o Ligamento Cruzado Anterior (LCA) quer saber qual vai ser o momento de retorno.
Habitualmente a resposta mais fácil é dizer um tempo para o paciente, mas essa resposta é muito incompleta. Pois o tempo de recuperação depende de lesões associadas e da opção entre os tratamentos conservador ou cirúrgico.
Como regra de tempo, após o tratamento cirúrgico é possível retornar as atividades desejadas sem restrições em cerca de 9 a 12 meses, enquanto após o tratamento conservador é possível retornar as atividades desejadas sem restrições em 4 a 6 meses.
Porém é importante deixar claro que tempo, apesar de ser um dos critérios de alta para retornar as atividades físicas sem restrições, não é o principal critério de alta.
Em minha prática uso 5 critérios para dar alta para o paciente e permitir que ele retorne a prática de esportes sem restrição e de forma segura.
Ao usar esses critérios diminuo a probabilidade do paciente ter lesões ou re-romper o ligamento cruzado anterior (LCA).
1. Tempo
Como explicado anteriormente, tempo não é o único e não é o principal critério para retorno aos esportes sem restrição, mas é um dos critérios.
Após a reconstrução do Ligamento Cruzado Anterior (LCA) a liberação ocorre com um tempo médio de 12 meses, e nunca antes de 9 meses
2. Teste Isocinético
O teste isocinético é um teste feito em uma máquina que permite avaliar e comparar a força entre as duas coxas e os grupos musculares responsáveis por fazer a extensão e a flexão do joelho.
Um dos critérios para liberação do paciente é ter um desempenho no isocinético de pelo menos 80% em relação ao lado não operado e bom equilíbrio muscular entre os grupos extensores e flexores do joelho
3. “Hop-Test”
O “hop-test” é um teste feito pelo fisioterapeuta onde o paciente precisa realizar um conjunto de saltos monopodálicos (uma perna só) para comparar o desempenho de ambos os lados.
O desempenho d aperna operada no “hop-test” deve ser de pelo menos 90% em relação ao lado não operado
4. Bom gesto esportiva da atividade desejada
Aqui não existe um número fixo que determine o corte de pode ou não voltar. Vai muito mais da avaliação subjetiva do médico, do fisioterapeuta e do paciente.
Basicamente o paciente precisa estar com bom padrão de movimento (gesto esportivo) específico para o esporte que ele deseja retornar a praticar.
Essa avaliação deve ser adaptada para cada esporte. Um jogador de basquete precisa estar aterrizando de saltos em condições adversas, conseguir fazer bandeja e arremessos com contato físico. Um jogador de futebol mudando de direção e fazendo movimentos rotacionais enquanto lida com um “jogo de corpo” …
5. Psicológico
O último critérios é que o paciente precisa estar se sentindo seguro, preparado e com vontade de voltar, mesmo sabendo dos riscos.
Muitas vezes precisamos adotar estratégias de exposição gradativa para conseguir fazer o paciente voltar 100%.
Seguindo esses 5 critérios, o seu retorno ao esporte vai ser mais seguro.
OBS: alguns esportes como natação, ciclismo, remo e corrida não precisam desses 5 critérios. Inclusive são atividades que podem ser utilizadas durante o processo de reabilitação pós-operatória.
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Sou ortopedista especialista em cirurgia de Joelho pela USP.
Há 10 anos ajudo meus pacientes a recuperar a função de seus joelhos e retomar a qualidade de vida.
Sei que também posso te ajudar.